Este
livro retrata a aflição de uma mãe Dra. Marina Lemos Silveira Freitas, pediatra
que atuava na área da saúde, que se sentia realizada; mas que não havia
conseguido vaga para que sua filha de seis meses estudasse na mesma escola onde
seu filho mais velho estava enquanto ela trabalhava.
Ela
vivenciou uma grande inquietação e angústia existencial.
A
vida fazia a ela sua primeira pergunta, pois pediatras aqui em Ribeirão Preto
existiam muitos; mas mãe de seus filhos somente ela!
Nesta
época, estava iniciando seus estudos em Logoterapia e já tinha em mente o tipo
de educação escolar que gostaria de dar aos seus filhos; uma educação centrada
no sentido e que, além de instruir, desenvolvesse a consciência, a
responsabilidade e a espiritualidade.
Mas
em uma conversa de corredor com um amigo, Marina teve a brilhante ideia de
abrir uma escola fundamentada nos pensamentos de Viktor Frankl. Muitas vezes
achou loucura, mas mesmo assim seguiu em frente e com coragem e ajuda
principalmente de seus familiares fundou a Comunidade Infantil Ana e Joaquim em
março de 1993, hoje Colégio Viktor Frankl que neste ano de 2017 completará
Jubileu de Prata.
Marina
há anos atrás, com sua vida estabilizada e realizada, resolveu dar uma
reviravolta e começar tudo novamente em prol de seus filhos. E hoje em nossa
Sociedade o que mais encontramos no cenário atual são os pais cada vez mais
ocupados e omissos e os filhos cada vez mais negligenciados e sem limites.
A
profissão do educador está cada vez mais desvalorizada e muitas vezes nos
sentimos incapazes de cumprir nossa missão.
Mas
independente das condições sejam elas: biológicas, psicológicas ou sociais
somos livres para nos posicionar diante de qualquer situação; nós não somos
livres das condições, mas sim para nos posicionarmos diante delas, para
decidirmos, qual será nossa atitude, nossa resposta.
No
cenário da educação, cabe a Escola a instrução e a família a educação para
valores e para a convivência.
A
criança deve ser educada a superar limites, frustrar-se, enfrentar seus medos;
para que quando jovem tenha coragem para sofrer, suporte as frustrações do dia
a dia, seja capaz de superar e vencer desafios. Devem desde cedo encontrar o
sentido da vida de forma livre e responsável. Saber como ela é e como pode vir
a ser; aprender a usar a liberdade, o saber escolher, mas sempre associada à
responsabilidade e escuta da própria consciência; para que quando adulto possa
assumir a direção e a responsabilidade para conduzir a própria vida!
Devemos
educar para a criatividade, convivência e superação.
Sabemos
que a educação de maneira geral está assustadora, o mundo está ao alcance de
todos, principalmente com essa enxurrada de informações tanto na TV quanto na
internet; mas nós educadores temos que ter esperança, pois temos certeza que esse
quadro atual será revertido.
Devemos
oferecer aos nossos alunos a pedagogia para o sentido, além de transmitir
conhecimentos, aguçar sua consciência, vendo o educando em sua
tridimensionalidade: biológica, psicológica e noética; ampliar nosso campo visual
para as percepções de valores e sentidos a serem realizados; oferecer uma
educação personalizada, não se esquecendo de que cada pessoa é um ser único e
irrepetível; respeitar a dignidade da pessoa, aceitar as diferenças; ensinar
saber escolher, orientada para o sentido; despertar o autogoverno, para que
você faça uma competição consigo mesmo, para que você seja o melhor de você
mesmo; despertar para o autodistanciamento e o humor – alegria (que indica
quando as coisas vão bem); possibilitar o exercício da autotrancendência
fomentando a espiritualidade inconsciente e a fé no sentido, procurar desenvolver
suas potencialidades, descobrir e aprimorar suas excelências, e capacitá-lo
para enfrentar e superar suas limitações.
Sabemos
que aplicando esta teoria, na prática estamos conseguindo mudar este cenário na
educação aqui de Ribeirão Preto na Escola Colégio Viktor Frankl.
Agora é com você querido leitor e professor.
Você acredita que este cenário pode mudar?
Fiquem
atentos aos sinais que a vida lhes oferecem. Não façam questionamentos sobre o
que espero da vida, mas o que a vida espera de você?
A
vida nos questiona a todo o momento, cabe a nós responder a ela ou não.
A
decisão está em suas mãos. Basta acreditar!
Ana
Paula Rivoiro Ferreira Lopes
Pedagoga
- Centro Universitário Moura Lacerda em Ribeirão Preto e Logoterapia aplicada à
Educação - Centro Universitário Claretiano em Batatais.